domingo, 23 de novembro de 2008

Conversatório com Fabrício Carpinejar

Foi há duas semanas, mas acho que ainda vale o comentário.
Antes do Conversatório, eu estava lendo seu livro de crônicas
O amor esquece de começar. Leve, profundo, engraçado, poético. Com várias daquelas frases perfeitas pra se anotar num caderninho. Pois encontrar o Fabrício foi encontrar o autor daquele livro, o que parece um tanto óbvio mas não é. O que eu quero dizer é que ele é exatamente o que escreve. O jeito de falar (o sotaque gaúcho já pressuposto na escrita), os assuntos (amor, mulheres, filhos, família, relacionamentos, a escrita, a poesia), a graça, o humor, o lirismo, a veia subversiva descontruindo idéias banais. Ouvi-lo falar era o mesmo que ler seu livro.
Algumas de suas frases (do Conversatório, não do livro):

"Os livros nascem conversados."

"Ensinar é seduzir porque tu ensina pra passar o contrabando pelo afeto."

"Xícaras quebradas nunca serão roubadas." (história da avó dele)

"A escrita é um próprio rosto."

"É importante conhecer a chuva."

"Tu não escreve pra falar de ti, tu escreve pra sair de ti."

"O livro é saudade que a gente tem de alguém."

"(...) começa a escrever porque os principais livros da vida dele, que são pessoas, não foram escritos."

"Se eu não escrever, ninguém vai conhecer minha vó."

"A gente escreve depois de se suportar sozinho." (em relação aos blogs)

"É importante ser cafona no amor. Quem não for cafona, nunca será nobre."

"A poesia é meu espaço de desaforo."

"O exagero reequilibra."

"A crônica devolve a intimidade das coisas (...) A crônica é um efeito colateral da poesia."

"Poesia não é escolha, é temperamento. É jeito de reconhecer minha própria casa."

*
Para mais Carpinejar: http://www.carpinejar.blogspot.com/

Nenhum comentário: