quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

A arte do encontro

Sempre acreditei que escrevia aqui para manter uma espécie de conversa com algumas poucas pessoas que são extremamente importantes na minha vida. Mas conversar pessoalmente é muito melhor. Conversar em plena sintonia com alguém é um dos maiores prazeres da vida. A conversa flui e a gente nem sente, e mesmo os breves momentos de silêncio não são nada constrangedores, daqueles em que se buscam palavras à toa para preencher o vazio. Ao contrário, é aquela espécie de silêncio confortável, que nos deixa completamente à vontade. Tão simples e aconchegante como estar em casa. Conversar de alma para alma é isso mesmo, é estar em casa e ao mesmo tempo na casa do outro e, de tão à vontade, descobrir que tudo é uma casa só.
Pois outro dia estive na casa do meu amigo Vinícius. O encontro não poderia ter sido em lugar melhor. O píer do emissário era um convite aos devaneios e elucubrações mais malucos e interessantes. Filosofia, música, poesia, física qüântica, a essência da vida e do universo, os canais, os portais, a densidade de tudo e o sublime de tudo, a beleza, a sabedoria escondida e a nossa insensatez declarada, os caminhos, a aprendizagem e a nossa vocação infinita para o amor, o amor e o Amor. O tempo passava e a gente não via. Ou via mas fingia não ver porque a prosa tava tão boa... Cada instante foi a vivência plena da verdade de um outro grande Vinícius. Sim, a vida realmente é a arte do encontro.