"A cada palavra dela, seu coração se saía."
"A felicidade é o cheio de um copo de se beber meio-por-meio..."
"Tudo o que muda a vida vem quieto no escuro, sem preparo de avisar."
"Era bom, gostar dela assim, com aquela velhice de alma, com o coração preguiçoso."
"E ainda mais forte sutil do que o pedido do corpo, era aquela saudade sem peso, precisão de achar o poder de um direito bonito no avesso das coisas mais feias."
"Soropita bebeu um gole de tranquilidade."
"Mas, Surupita, amor é coragem. E amor é sede depois de se ter bem bebido..."
"Querer-bem não tem beiradas..."
(Dão-Lalalão)
*
"Perto dela, a gente vai sentindo a precisão de viver apenas o momento."
"Nem sei se gosto de Maria da Glória, se um encantamento assim, mesmo crescente, quer dizer amor. Sei que desejaria parar, demorado, perto dela. Da alegria."
"O amor é que é o destino verdadeiro."
"Daí, é dia. O sol sustenta um grande sossego."
"No silêncio nunca há silêncio."
"Envelhecer devia de ser bom - a gente ganhando maior acordo consigo mesmo."
"Quando encontrei Maria da Glória, aqui, foi como se terminasse, de repente, uma grande saudade, que eu não sabia que sentia."
"Cerrou as pálpebras - a noite era uma água. De estar só, completamente, tirou uma esquisita segurança. Segurou-se ao instante. E foi como o abrir-se de outros olhos, agudo uma pontada."
"Estar por estar. Lalinha se cerrava, espessava os olhos; em volta, chumbo de tudo, o mundo se lavava, veloz, mas ali no senseio da rede era um ninho."
"O sol não é os raios dele - é o fogo da bola. A gente é o coração caladinho..."
"Um sonho era o espírito, o desenho de uma coisa possível, querendo vir a ser verdade."
"O amor exigia mulheres e homens ávidos tãomente da essência do presente, donos de uma perfeição espessa, o espírito que compreendesse o corpo."
"O verdadeiro amor é um calafrio doce, um susto sem perigos..."
"A noite é o que não coube no dia, até."
"Numa criatura humana, quase sempre há tão pouca coisa. Tanto se desperdiçam, incompletos, bulhentos, na vãidade de viver."
"Não, o que agora perdia era nada, fora apenas o molde incerto de uma coisa que podia ter sido."
"Amava-os. E entendia: um despertar - despertava? E a vida inteira parecia ser assim, apenas assim, não mais que assim: um seguido despertar, de concêntricos sonhos - de um sonho, de dentro de outro sonho, de dentro de outro sonho... Até a um fim?"
"Morrer talvez seja voltar para a poesia..."
"Deus nos dá pessoas e coisas, para aprendermos a alegria... Depois, retoma coisas e pessoas, para ver se já somos capazes da alegria sozinha... Essa - a alegria que Ele quer..."
(Buriti)